Genocídio: Israel mata e fere 12 mil pessoas em apenas dez dias no Líbano

Em torno de 7 mil pessoas foram assassinadas ou feridas desde a última segunda-feira (23/09), conforme dados da Unidade de Operações de Emergência de Saúde Pública do Líbano
Família com 14 pessoas foi dizimada pelos terroristas israelenses em Jbeil Al-Botum, no sul do Líbano (Foto: Reprodução)

Em apenas quatro dias – de segunda-feira (23/09) até a quinta-feira (26/09) -, Israel assassinou 1.540 pessoas e deixou outras 5.410 feridas em suas agressões contra o Líbano, segundo dados atualizados da Unidade de Operações de Emergência de Saúde Pública do país. Com este novo balanço, já são mais de 12 mil o número de pessoas que os terroristas israelenses tentaram assassinar e ferir em todo o território libanês desde o último dia 17 de setembro, quando ocorreram as explosões com pagers.

A maioria dos mortos e feridos no Líbano é de civis, entre eles, centenas de crianças, mulheres e pessoas idosas que foram atacadas de forma direta e intencional dentro de suas casas, carros e até em enterros.

Somente nas últimas 24 horas, Israel assassinou 90 pessoas e causou 125 feridos em diferentes localidades do território libanês, incluindo a capital Beirute. A maioria das mortes foi registrada na região de Nabatiyeh, 26 ao todo, além de 42 feridos.

Durante seu discurso perante as Nações Unidas, nesta sexta-feira (27/09), o ministro dos Negócios Estrangeiros libanês, Abdullah Bou Habib, afirmou que “a situação de crise no Líbano anuncia o pior no Oriente Médio”, alertando contra as ações que podem “arrastar esta região para a grande explosão”.

“Israel deve parar a escalada para evitar uma grande explosão”, disse o chanceler ao ressaltar o direito do Líbano à autodefesa.

Bou Habib destacou, ainda, que Beirute procurou evitar cair numa armadilha, que ele confirmou ser a imprudência israelense em continuar e expandir a guerra.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros libanês considerou que o regresso dos colonos israelenses para as colônias situadas no norte da Palestina ocupada não será alcançado por meio de combates, mas sim por um cessar-fogo, observando que “o único caminho a seguir é procurar uma solução político-diplomática em vez de se envolver em o conflito”.

“Quebra das regras do jogo”

Até então, os confrontos quase diários entre Líbano e Israel estavam limitados a região da fronteira, com algumas exceções esporádicas. A troca de disparos se deflagrou desde o dia 8 de outubro do ano passado em função da guerra de Israel contra a Faixa de Gaza.

Porém, na semana passada, Israel quebrou “as regras do jogo” ao tentar assassinar mais de 5 mil libaneses de uma vez só por meio de explosões de pagers e walkie-talkies em várias regiões do Líbano. As ações terroristas de Israel mataram mais de 50 pessoas, incluindo crianças e mulheres, e feriu mais de 3 mil.

Em outro ataque na sexta-feira (20/09), Israel bombardeou áreas civis de Beirute, no Líbano, ao atingir prédios residenciais, resultando em mais de 100 mortes e feridos, incluindo mulheres e crianças, de acordo com informações do Ministério da Saúde do país.

Israel tem atacado áreas civis libanesas de forma indiscriminada (Foto: Divulgação)

Hezbollah contra-ataca

Por sua vez, o Hezbollah – grupo libanês que combate Israel -, disparou centenas de mísseis contra alvos israelenses, incluindo, pela primeira vez, seu centro econômico Tel Aviv, embora Israel tenha garantido que os danos tenham sido limitados. Devido à censura, Israel não divulga o número real de baixas.

O alvo do Hezbollah tem sido, principalmente, bases militares e centros de espionagem israelenses. Nenhum civil israelense morreu até agora desde o aumento da guerra na semana passada.

O líder do Hezbollah, Sayed Hassan Nasrallah, prometeu retaliar Israel e, em 20 de setembro, o grupo militante lançou uma onda de foguetes contra alvos israelenses no norte da Palestina Ocupada. Desde então, ambos os lados dispararam dezenas de foguetes diariamente, forçando centenas de milhares de israelenses no norte a se amontoarem em abrigos antiaéreos e levando dezenas de milhares de pessoas a fugirem de suas casas em partes do sul do Líbano onde o Hezbollah tem uma forte presença.

Israel recusa cessar-fogo

Na quinta-feira (26/09), o Ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, rejeitou propostas dos Estados Unidos e da França pedindo um cessar-fogo de 21 dias no Líbano.

Soldados israelenses deitam no chão durante ataque contra bases militares de Israel (Foto: Reprodução)

ONU

As Nações Unidas disseram que mais de 90 mil libaneses foram deslocados nos últimos dias. Segundo o governo libanês, a estimativa é de que 250 mil pessoas no Líbano se tornaram refugiadas devido aos ataques de Israel

O Líbano disse que as agressões israelenses, na última segunda-feira (20/09), mataram mais de 560 libaneses e feriram quase 2 mil no ataque mais mortal desde a guerra Israel-Hezbollah de 2006. Vários líderes do Hezbollah foram alvos dos ataques, incluindo o comandante de sua unidade de elite, que foi morto em um ataque em Beirute.

Veja galeria de fotos de famílias libanesas assassinadas pelos terroristas israelenses: