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O delegado da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Mário Melo, da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), foi preso em Manaus, nesta quinta-feira (21/11), pela Polícia Federal (PF), no âmbito da operação “Triunvirato”, deflagrada para desarticular um esquema criminoso que envolve a venda ilegal de bens apreendidos – como madeira e cassiterita -, além de pagamento de propina e lavagem de dinheiro no município de Humaitá (a 591 quilômetros de Manaus). Além de Melo, segundo a PF, o esquema de corrupção contava ainda com a participação de um secretário Municipal de Infraestrutura e um advogado, cujos nome não foram divulgados.
“Os envolvidos utilizavam-se de suas posições de confiança para desviar e comercializar bens apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal e que eram encaminhados à Delegacia da Polícia Civil em Humaitá”, diz nota da PF divulgada à imprensa.
Ainda conforme a PF, os proprietários dos carregamentos apreendidos, por meio do advogado alvo da operação, realizavam pagamento de propina, parte do qual era destinado ao delegado Mário Melo, para poderem reaver seus bens. “Para garantir o sucesso da empreitada criminosa, além de ludibriar o Ministério Público e o Poder Judiciário, os envolvidos simulavam a destinação das apreensões à Secretaria Municipal de Obras em Humaitá, em conluio com o secretário da pasta”, diz a PF.
O trabalho investigativo da PF apontou, ainda, a venda ilegal de aproximadamente 3 toneladas de cassiterita, minério responsável para produção de estanho, os quais também estavam sob custódia da Polícia Civil. Entre os métodos fraudulentos, destacava-se a utilização de empresas de fachada para ocultar a origem dos valores ilícitos. O esquema gerou prejuízos significativos ao patrimônio público e ao meio ambiente, afirma a PF.
Operação Triunvirato
De acordo com dados da PF, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão preventiva expedido em desfavor do delegado da Polícia Civil, Mário Melo, além da determinação de sequestro de bens, que totalizam aproximadamente R$ 10 milhões, valores estes obtidos pelos criminosos. As ações ocorreram simultaneamente em Manaus, Itacoatiara e Humaitá, visando a coleta de provas e a desarticulação completa do grupo criminoso.
Os envolvidos responderão pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com penas que poderão chegar a 34 anos de reclusão. A Polícia Civil do Amazonas não se pronunciou sobre o assunto até o momento.