Irã repudia política de ‘pressão máxima’ de Trump, mas mantém a possibilidade de diálogo com EUA

Masoud e Trump devem conversar em breve (Fotos: Instagram)

O Irã, por meio de seu ministro das Relações Exteriores, Abbas Araghchi, repudiou, nesta quarta-feira (05/02), a adoção por parte da administração Donald Trump de uma política de “pressão máxima” sobre o país asiático. O chefe da diplomacia iraniana afirmou que a medida anunciada na véspera pelo presidente norte-americano seria “outro fracasso” a exemplo de outras iniciativas que fracassaram em gestões passadas dos Estados Unidos.

“Acredito que a pressão máxima é uma estratégia fracassada e que tentar novamente levará a outro fracasso”, disse Araghchi à imprensa após uma reunião do Conselho de Ministros em Teerã.

Na terça-feira (04/02), Trump assinou um memorando por meio do qual pede à sua administração que preparasse sanções contra o Irã, como havia feito durante seu primeiro mandato (2017-2021), como forma de colocar “pressão máxima” contra o Irã, especialmente em relação ao seu programa nuclear.

“Se a questão principal (para Washington) é garantir que o Irã não busque armas nucleares, isso é viável e não é tão complicado”, acrescentou Araghchi, numa declaração que foi vista como um sinal indireto de que é possível o diálogo entre Irã e Estados Unidos.

A possibilidade de a administração Trump impor novas sanções contra o Irã ocorre num momento que tanto o presidente norte-americano quanto seu homologo iraniano, Masoud Pezeshkian, deram declarações que confirmam a intenção de ambos os lados de que conversarão em breve.

Negociações

Em 2015, após anos de negociações, o Irã chegou a um acordo com a comunidade internacional, porém, três anos depois, em 2018, já sob o comando de Trump, os Estados Unidos se retiraram do pacto de forma unilateral. Desde então, o Irã não cumpriu seus engajamentos e todas as tentativas firmar um novo compromisso fracassaram.

Neste ano, o Irã retomou conversações em Genebra (Suíça) com representantes alemães, britânicos e franceses. O diálogo entre iranianos e europeus foi considerado por ambos os lados descreveram como “aberto” e “construtivo”.

Com informações das agências internacionais de notícias