Em nova declaração criminosa, Trump diz que está ‘comprometido com a posse’ da Faixa de Gaza

De forma criminosa, Trump tem defendido a limpeza étnica na Palestina (Foto: Instagram/Trump)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a causar polêmica ao reafirmar, no domingo (09/02), a intenção de se apossar de terras que pertencem ao povo da Palestina. Em declarações dadas à imprensa a bordo do Força Aérea Um (avião presidencial norte-americano), ele afirmou que está “comprometido com a compra e a posse da Faixa de Gaza”, e que aceitaria “ceder partes da terra a outros Estados do Oriente Médio” para ajudar no esforço de reconstrução.

Trump não nomeou quais seriam esses países, porém, analistas internacionais acreditam que as declarações dele se referiam ao regime sionista de Israel, que tenta ampliar sua área geografia às custas das terras pertencentes ao povo palestino.

“Estou comprometido com a compra e a posse de Gaza. No que diz respeito à reconstrução, podemos dar a outros países do Oriente Médio a oportunidade de construir seções da Faixa de Gaza, outras pessoas podem fazê-lo… Mas estamos comprometidos em possuí-la, tomá-la e garantir que o Hamas não volte para lá”, declarou Trump sem esconder suas intenções genocidas de cometer limpeza étnica em terras palestinas, numa flagrante violação das leis internacionais.

Proposta de limpeza étnica

No final de janeiro deste ano, Trump propôs uma limpeza étnica na Faixa de Gaza e instou Egito e Jordânia a receberem os refugiados palestinos como “forma de alcançar a paz no Oriente Médio”.

“Estamos falando de 1,5 milhão de pessoas, e simplesmente limparemos tudo isso”, disse Trump à imprensa, referindo-se a Gaza como um “local de demolição”. Na época, ele disse, ainda, que a medida poderia ser “temporária ou de longo prazo”.

Neste domingo, Trump retornou com a mesma retórica. “Não há nada para onde voltar. O local está demolido. O restante será demolido. Tudo foi demolido”, disse ele sem citar que os Estados Unidos foram os principais patrocinadores da destruição praticada por Israel na Faixa de Gaza.

Na última terça-feira (04/02), durante encontro na Casa Branca com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, contra o qual há um mandato de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) por crimes de guerra, Trump defendeu abertamente a limpeza étnica na Palestina ao afirmar que os Estados Unidos assumirão o controle da Faixa de Gaza, e que os mais de 2 milhões de palestinos que lá vivem deverão ser levados para outros lugares. Segundo ele, os habitantes de Gaza “adorariam” deixar a região e viver em outro lugar se tivessem a opção. Em troca, Trump sugeriu reconstruir o enclave palestino para transformá-la na “Riviera do Oriente Médio”.

Repúdio mundial a Trump

As declarações de Trump foram amplamente rechaçadas ao redor do mundo, inclusive no Brasil, onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou severamente a proposta do atual presidente dos Estados Unidos. Em Manaus, a colônia palestina e entidades dos direitos humanos do Amazonas, também, rejeitaram os planos de Trump.

Refugiados palestinos

Donald Trump afirmou, também, no domingo (09/02), que está aberto à possibilidade de permitir a entrada de alguns refugiados palestinos nos Estados Unidos, mas que consideraria tais solicitações caso a caso. Essa declaração contrasta com a política do atual presidente norte-americano de deportar o maior número possível de estrangeiros do país, principalmente aqueles vindos da América Latina, Ásia e África.