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O Amazonas está entre os dez Estados brasileiros que registraram alta no número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nos últimos dias, conforme o Boletim InfoGripe da Fiocruz divulgado, nesta quinta-feira (11/09). O levantamento teve como base os dados referentes à Semana Epidemiológica (SE) 36, que engloba o período de 31 de agosto até o último dia 6 de setembro.
De acordo com o estudo, o Amazonas tem incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco nas últimas duas semanas até a semana 36, assim como também apresenta tendência de crescimento de longo prazo – últimas seis semanas até a semana 36.
Segundo boletim da Fiocruz, a alta nos casos de SRAG no Amazonas é “puxada” pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR). O Estado é o único do País onde ainda se observa crescimento dos casos graves por VSR nas crianças pequenas. Segundo o estudo, o Amazonas também registra alta nos casos de covid-19 (coronavírus SARS-CoV-2).
“Os casos de SRAG por influenza A e VSR continuam diminuindo em todo o país, com exceção do Amazonas, onde ainda se observa um crescimento dos casos graves por VSR nas crianças pequenas. No Distrito Federal, há aumento de SRAG associado à influenza A e a Covid-19 em jovens, adultos e idosos”, diz a Fiocruz.
Conforme dados do Informe Epidemiológico de Vírus Respiratórios no Amazonas – que foram divulgados no início desta semana pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) -; nas últimas três semanas – de 17 de agosto até 6 de setembro deste ano -; os vírus mais identificados no Estado foram: Vírus Sincicial Respiratório (37,4%), rinovírus (36,7%), coronavírus SARS-CoV-2 (28,1%), adenovírus (10,6%), metapneumovírus (3,7%), influenza A (0,4%) e influenza B (0,2%).
Por sua vez, a faixa etária mais atingida, neste período, foi a de menores de 1 ano (48%), seguida por crianças de 1 a 4 anos (29%) e de 60 anos ou mais (8%). As demais faixas etárias somaram: 5 a 9 anos (5%), 40 a 59 anos (4%), 10 a 19 anos (3%) e 20 a 39 anos (1%).
Segundo o Informe Epidemiológico de Vírus Respiratórios no Amazonas da FVS-RCP/SES-AM, de 1º de janeiro a 6 de setembro de 2025, foram registrados 3.742 casos notificados de SRAG no Amazonas. Desses, 1.254 foram associados a vírus respiratórios representando redução de 21,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 1.594 casos.
Ainda conforme dados do estudo, no mesmo período, foram confirmados 53 óbitos por vírus respiratórios, queda de 29,3% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram registrados 75 óbitos. Neste ano, o total de mortes está distribuído da seguinte forma: influenza A (22), por covid-19 (22), rinovírus (4), Vírus Sincicial Respiratórios (2), influenza B (2) e parainfluenza (1).
Conforme o Boletim InfoGripe da Fiocruz, dez Estados apresentam alta de casos de SRAG, especialmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. São eles: Amazonas, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e Tocantins.
A única região em que nenhum Estado apresenta tendência de crescimento de SRAG é a Sul.
Segundo a Fiocruz, em muitos Estados, o rinovírus é o responsável por casos graves, que atingem sobretudo crianças e adolescentes. A covid-19 também tem impulsionado o aumento de SRAG em diversos Estados, especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, além do Pará e Maranhão, com impacto maior na população adulta e idosa.
O levantamento aponta que, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, os casos positivos foram de 48,9% de rinovírus; 20,8% de Vírus Sincicial Respiratório (VSR); 15,5% de Sars-CoV-2 (Covid-19); 8,3% de influenza A; e 1,8% de influenza B.
A pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e responsável pelo Boletim InfoGripe, Tatiana Portella, mantém as recomendações como o uso de máscaras em locais fechados e dentro dos postos de saúde.
“Caso crianças e adolescentes apresentem sintomas de gripe ou resfriado, o ideal é permanecer em casa em isolamento ou, se precisarem sair, utilizar uma boa máscara”, afirmou.
A pesquisadora destacou também a importância de que a população esteja em dia com a vacinação contra a covid-19 e contra a influenza.
“Pessoas imunocomprometidas e idosos precisam tomar doses de reforço da vacina contra a covid-19, a cada seis meses, para se manterem protegidos contra os casos graves e óbitos do vírus”, disse.
De acordo com a Fiocruz, a análise mostrou que a covid-19 está associada ao aumento de SRAG na população adulta e/ou idosa do Pará e do Maranhão, assim como em alguns estados do Centro-Oeste (Goiás e Distrito Federal) e Sudeste (Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo).
“A pesquisa verificou ainda um leve crescimento nas notificações de SRAG por covid-19 em estados da região Centro-Sul (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Paraná), Nordeste (Bahia, Piauí e Paraíba), e Norte (Amazonas e Amapá), embora ainda sem causar uma alta nas hospitalizações por SRAG”, completa o InfoGripe.
Em 2025, já foram notificados 172.498 casos de SRAG, sendo 91.900 (53,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 60.520 (35,1%) negativos e 8.910 (5,2%) aguardando resultado laboratorial. Quanto aos casos positivos neste ano, observou-se 24% de influenza A, 1,1% de influenza B, 44,2% de vírus sincicial respiratório, 26,1% de rinovírus, e 7,3% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Em relação aos óbitos de SRAG em 2025, já foram registrados 10.319, sendo 5.435 (52,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 3.931 (38,1%) negativos, e 180 (1,7%) aguardando resultado laboratorial.
O InfoGripe é uma estratégia do Sistema Único de Saúde (SUS) voltada ao monitoramento de casos de SRAG no país. A iniciativa oferece suporte às vigilâncias em saúde na identificação de locais prioritários para ações, preparações e resposta a eventos em saúde pública.