AM tem pelo menos 668 presos mantidos ilegalmente em delegacias

Dan Câmara trouxe dados sobre o número de presos ilegalmente no Amazonas (Foto: Divulgação)

Pelo menos 668 pessoas são mantidas presas ou detidas ilegalmente nas dependências das delegacias da Polícia Civil (PC) em 31 municípios do interior do Amazonas. A afirmação é do deputado estadual Comandante Dan (Podemos) e foi dada, nesta quarta-feira (10/09), com base em números da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).

Segundo os dados revelados pela Comissão, são 254 policiais civis para 668 presos custodiados.

“Infelizmente, o ideal era podermos ter um quadro com os 62 municípios do Estado, mas estamos trabalhando para isso, até porque o número de presos é dinâmico, assim como a quantidade de servidores da PC nos municípios. Esse número espelha as últimas cidades visitadas pela comissão”, afirmou o deputado.

Comandante Dan é presidente da Comissão de Segurança Pública, Acesso à Justiça e Defesa Social da Aleam e autor do Projeto de Lei Ordinária n° 329/2025, que dispõe sobre a obrigatoriedade do encaminhamento de presos custodiados às Unidades Prisionais do Estado do Amazonas, em tramitação no Legislativo Estadual.

“As delegacias são precárias, o contingente insuficiente, as viaturas dependem de combustível dado por terceiros, as instalações são insalubres. Infelizmente, essa é a realidade das delegacias no interior do Amazonas. Mas esses 668 presos estão ilegalmente nas delegacias, porque a Lei n° 14.735/2023, Lei Orgânica Nacional das Polícias Civis, que em seu artigo 40 estabelece que fica vedada a custódia de preso e de adolescente infrator, ainda que em caráter provisório, em dependências de prédios e unidades das polícias civis, salvo interesse fundamentado na investigação policial”, disse.

Segundo o parlamentar, não se trata apenas da legalidade, mas do risco a que estão expostos a sociedade civil, os policiais e os cidadãos privados de liberdade. “Há celas para oito pessoas com 45 presos. São verdadeiramente bombas-relógios”, finalizou Dan Câmara.