Amazonas lidera o ranking de infecções por febre do Oropouche

A febre oropouche surge por causa da criação de um ambiente propício para criadouros de mosquitos transmissores (Foto: Divulgação)

Com quase metade dos casos registrados no Brasil, o Amazonas lidera o ranking de infecções por febre do Oropouche. Até a última sexta-feira (16/08), o Estado registrou 3.228 casos. O País contabilizava 7.653 casos da doença e duas mortes.

Desde o início do ano, as autoridades em saúde alertam sobre o surto da doença no Amazonas. O número de casos até este mês já ultrapassa com folga o total de casos confirmados em todo o ano passado, que foi de 995. Manaus concentra a maioria dos casos.

A febre oropouche, assim como outras arboviroses, a exemplo da dengue, chikungunya, e zika, surge por causa da criação de um ambiente propício para criadouros de mosquitos transmissores. O principal deles é o Culicoides paraense, conhecido popularmente como Maruim.

Em ambiente selvagem, animais primatas e o bicho-preguiça funcionam como hospedeiros do vírus. Já em comunidades rurais e cidades, o homem é o principal hospedeiro, sendo a picada do mosquito a forma de transmissão. A transmissão do vírus não acontece de pessoa para pessoa.

O período de incubação do vírus varia de quatro a oito dias, e os primeiros sinais da doença começam a se manifestar nesse período. Os sintomas são semelhantes aos da dengue, incluindo febre alta, calafrios, dores musculares e nas articulações, dor de cabeça, dentre outros. Daí, a importância do exame PCR, para identificação da oropouche, que além de ajudar no direcionamento correto do tratamento, elimina também a subnotificação da doença que ocorre atualmente.

Prevenção e tratamento

A melhor forma de evitar as arboviroses é combater os focos de acúmulo de água, locais propícios para a criação de mosquitos transmissores das doenças.

Além dessas medidas, a prevenção contra a febre oropouche envolve, ainda, evitar adentrar em locais de mata e beira de rios, principalmente entre nove e 16 horas, realizar a limpeza de quintais, evitando o acúmulo de matéria orgânica e, quando possível, recomenda-se o uso de repelentes.

Ainda não há vacina ou antiviral disponível para o tratamento da febre oropouche. O tratamento é realizado com medicamentos para aliviar os sintomas e a hidratação.

Mortes

Em julho, o Ministério da Saúde confirmou duas mortes pela doença no interior da Bahia. Até então, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito por febre do Oropouche.

Segundo a pasta, as duas vítimas eram mulheres, tinham menos de 30 anos e não registravam nenhum tipo de comorbidade. Ambas apresentaram sinais e sintomas semelhantes ao quadro de dengue grave.