Expediente
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124
Expediente
304 North Cardinal St.
Dorchester Center, MA 02124
Político que tenta apresentar uma imagem de que é anticorrupção, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) “comeu abiu” e se calou sobre a denúncia feita contra a vice de seu aliado no segundo turno, Alberto Neto (PL), a empresária Maria do Carmo Seffair, que é investigada pela Polícia Federal (PF) por suspeita de participar de um esquema de caixa 2 e abuso de poder econômico.
Ao anunciar o seu apoio a Alberto Neto e Maria do Carmo, três dias após o primeiro turno, o parlamentar enfatizou que a razão principal para apoiá-los era de que não havia denúncias de corrupção envolvendo o candidato do PL ou os demais integrantes da chapa.
“A escolha é muito simples, minha gente. De um lado temos um investigado pela Polícia Federal por corrupção, que foi pego no grampo da polícia. E no outro nós temos uma pessoa limpa, honesta, querendo assumir a cidade de Manaus”, declarou Amom Mandel em publicação feita nas redes sociais.
No vídeo, ele aparece ao lado de Alberto Neto e de Maria do Carmo, que agora passou a ser investigada após um dos seus coordenadores de campanha denunciá-la na PF e divulgar os documentos à imprensa. O deputado ainda prometeu se manter vigilante sobre qualquer indício de irregularidade.
“Eu serei uma pedra, uma âncora para garantir que nada se desvie do que é correto. E se durante a sua gestão algo acontecer de errado, eu serei o primeiro a denunciar”, disse Amom Mandel, na época.
Compromisso
Amom Mandel, quando ainda era candidato a prefeito de Manaus no primeiro turno, foi o primeiro a assinar o manifesto “Compromisso contra a corrupção e pela boa governança”, elaborado pelas entidades da sociedade civil e destinado aos candidatos e partidos políticos, mas agora se mantém inerte.
Nos últimos dias, Amom Mandel parece não se importar com a denúncia. Ele tem feito campanha nas ruas junto de Alberto Neto e Maria do Carmo.
O silêncio de Amom Mandel sobre o caso repercutiu nas redes sociais. Alguns eleitores chegaram a publicar conteúdos onde questionam a imagem de “combatente da corrupção” que o parlamentar costuma defender.
“Quer dizer que agora o Amom tem suas preferências e é seletiva ao denunciar casos de corrupção. Por que ele ainda não comentou nada sobre essa grave denúncia contra a vice do seu novo aliado? Não faz sentido! A opinião pública manauara gostaria de saber a verdade”, questionou um dos internautas.
Documentos, prints de conversas no WhatsApp, comprovantes de pagamentos e áudios gravados às escondidas mostram que a gestora do Grupo Fametro fez diversas operações financeiras para o professor Ronaldo Fernandes, que foi convidado por Maria do Carmo para assumir a coordenação geral de campanha, por meio das contas pessoais e de empresas administradas por ela, sem declarar oficialmente ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM).
Segundo Ronaldo – que esteve na sede da PF, no Dom Pedro, na segunda-feira (21/10), para denunciar o caso -, Maria do Carmo fez diversos pagamentos ao longo da campanha, que somam mais de R$ 240 mil entre abril e outubro. No entanto, ela deixou de pagar R$ 250 mil e isso causou revolta entre os cabos eleitorais que esperavam receber pelo trabalho feito ainda no primeiro turno.
“Eu já dei pra ele mais de quinhentos (R$ 500 mil), hoje, cento e quarenta (R$ 140 mil) que tô botando na mesa com mais quarenta (R$ 40 mil) que eu dei no dia da eleição, são mais duzentos (R$ 200 mil), tu sabe que isso é quase um milhão de reais (R$ 1 milhão), pra uma pessoa. Tu sabe quanto a gente fez isso aqui, quantos líderes a gente pagou aqui, quantos?” questiona Maria do Carmo a sua assessora Kellen Veras, que responde “Mil, mil, mil e poucas lideranças”, diz Maria durante a reunião que foi gravada pelo grupo.