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Brasil de Fato – Funcionários do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) realizaram uma coletiva de imprensa sobre a queda da aeronave da Voepass Linhas Aéreas, ocorrida no início da tarde desta sexta-feira (09/08), na cidade Vinhedo, no interior de São Paulo.
O brigadeiro Marcelo Moreno, presidente do Cenipa, informou que sete servidores regionais e quatro técnicos atuam no local do acidente e já estão de posse dos gravadores de bordo, as chamadas “caixas-pretas”. Segundo Moreno, o Cenipa possui todas as condições para realizar a extração e análise dos dados contidos nos gravadores, mas que tudo depende das condições em que se encontram os equipamentos.
Moreno explicou que a aeronave possui dois tipos de gravadores de bordo: o Cockpit Voice Recorder (CVR), que registra os diálogos na cabine de comando nos últimos 30 minutos antes do impacto; e o Flight Data Recorder (FDR), que registra os dados do voo como altitude, velocidade, entre outros.
O brigadeiro afirmou ainda que a investigação possui três fases, sendo a primeira a coleta dos dados, seguida de sua análise, antes da divulgação do relatório final sobre o acidente aéreo, o que não tem prazo para ocorrer.
Durante a coletiva de imprensa, Moreno informou que a empresa Voepass havia corrigido o número de vítimas, de 58 para 57 passageiros, além dos quatro tripulantes.
Sobre as possíveis causas do acidente, o presidente do Cenipa se limitou a dizer que qualquer informação neste momento seria especulativa. Mas informou que as condições meteorológicas estavam disponíveis para a construção do plano de voo.
“Infelizmente nesse momento a gente não pode [falar em causas], qualquer coisa seria especulativo, e é isso que a gente procura evitar”, ponderou.
Luiz Ricardo de Souza Nascimento e Ricardo Catanant, diretores da Anac, afirmaram que a agência não possui nenhum registro de contato da aeronave com a torre de controle mais próxima informando a emergência. Segundo os funcionários da agência, tanto a aeronave quanto a empresa estavam regulares e os tripulantes com os certificados válidos.
“Essa aeronave, como qualquer outra aeronave certificada, ela tende aos mesmos requisitos e cumprir os mínimos de segurança de qualquer outra aeronave dessa categoria no mundo”, atestou Nascimento.
O direitor da Anac afirmou ainda que o avião estava capacitado para voar em condições atmosféricas complexas, inclusive no caso de formação de gelo, uma das hipóteses que têm sido levantadas sobre as causas do acidente.
“Essa aeronave é certificada para voo nessas condições. Ela tem sistemas de proteção e para que seja evitada a formação de gelo na superfície da aeronave, mas também, caso haja essa formação de gelo, ela tem dispositivos também para eliminar”, declarou.