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O Rio de Janeiro viveu cenas de guerra, nesta terça-feira (28/10), após a polícia deflagrar uma megaoperação de segurança, considerada como a maior dos últimos 15 anos, de acordo com o Governo do Estado.
Ao todo, um contingente de 2,5 mil policiais civis e militares foram mobilizados no âmbito da operação “Contenção” para atuar em ações nos complexos do Alemão e da Penha para capturar líderes criminosos e conter a expansão territorial do Comando Vermelho.
A operação deixou pelo menos 64 mortos, entre eles quatro policiais, sendo considerado a mais letal do Estado, superando o número de mortos da operação no Jacarezinho, classificada como chacina, que deixou 28 mortos, em 2021.
De acordo com o Governo do Estado, a operação foi deflagrada após mais de um ano de investigação e 60 dias de planejamento. A operação cumpre centenas de mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pela Justiça a partir de inquéritos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE).
O balanço parcial registra 81 presos, 72 fuzis apreendidos e grande quantidade de drogas ainda em contabilização.
“Estamos atuando com força máxima e de forma integrada para deixar claro que quem exerce o poder é o Estado. Os verdadeiros donos desses territórios são os cidadãos de bem, trabalhadores. Seguiremos firmes na luta contra o crime organizado”, disse o governador Cláudio Castro, durante entrevista coletiva realizada nesta manhã, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC).
“O que estamos enfrentando não é mais crime comum, é narcoterrorismo. Os criminosos estão usando tecnologia de guerra: drones, bombas e armamentos pesados. Mas o Estado está preparado”, completou.
O município do Rio de Janeiro entrou em estágio 2 de atenção, o que significa risco de ocorrência de alto impacto. Segundo o Centro de Operações e Resiliência da Prefeitura do Rio de Janeiro, vias no entorno dos complexos do Alemão, Penha, Chapadão, São Francisco Xavier, na zona norte; Freguesia, em Jacarepaguá; e Taquara, na zona Sudoeste, passam por interdições temporárias em função de ocorrências policiais. Mais de 100 linhas tiveram os itinerários alterados.
No X, termos como Comando Vermelho e Hell de Janeiro estão entre os mais comentados nacionalmente. Pessoas compartilham nas redes sociais vídeos nesta terça-feira registrando tiroteios, fumaça e as interdições das vias.
Segundo pesquisa divulgada no ano passado pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) e pelo Instituto Fogo Cruzado, o Comando Vermelho foi a única facção criminosa a expandir seu controle territorial de 2022 para 2023, no Grande Rio. Com o aumento de 8,4%, a organização ultrapassou as milícias e passou a responder por 51,9% das áreas controladas por criminosos na região.
A pesquisa mostrou que o Comando Vermelho retomou a liderança de 242 km² que tinham sido perdidos para as milícias em 2021. Naquele ano, 46,5% das áreas sob controle criminoso pertenciam às milícias e 42,9% ao Comando Vermelho.
Com informações da Agência Brasil