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O líder do Hezbollah, Sayed Hassan Nasrallah, 64 anos, se juntou à “caravana dos mártires” que deram a vida em defesa do povo árabe, principalmente, no Líbano e na Palestina. Com essas palavras, o grupo libanês confirmou, neste sábado (28/09), por meio de um comunicado oficial, o martírio de seu principal líder, que foi assassinado nos ataques massivos realizados por Israel em coordenação com os Estados Unidos, na sexta-feira (27/09), contra a região sul de Beirute, capital do Líbano.
“Sua Eminência, o mestre da Resistência, o servo justo, passou para o lado de seu Senhor e Seu prazer, como um grande mártir, um líder corajoso e heroico, um crente sábio, perspicaz e fiel, juntando-se à caravana imortal de mártires de a luminosa Karbala no caminho divino da fé seguindo os passos dos profetas e dos imãs martirizados. Sua Eminência Sayed Hassan Nasrallah, Secretário-Geral do Hezbollah, juntou-se aos seus grandes e imortais mártires, cuja jornada liderou durante quase 30 anos, durante os quais os conduziu de vitória em vitória, sucedendo ao mestre dos mártires da Resistência Islâmica em 1992 até a libertação do Líbano em 2000 e até à vitória divina e sustentadora em 2006 e todas as outras batalhas de honra e redenção, até à batalha de apoio e heroísmo em apoio à Palestina, a Gaza e ao povo palestiniano oprimido”, diz trecho da nota do Hezbollah.
Na sexta-feira (27/09), Israel lançou pesados ataques contra áreas do subúrbio ao sul de Beirute onde Hassan Nasrallah se encontrava. Outros comandantes do Hezbollah, também, foram assassinados na mesma ação. Segundo a mídia israelense, mais de 85 toneladas de explosivos foram lançadas nos bombardeios que visavam o assassinato do líder do Hezbollah.
As agressões israelenses deixaram, até o momento, 11 pessoas mortas e outras 108 feridas, de acordo com balanço atualizado do Ministério da Saúde do Líbano.
Bombardeios pesados
Desde as primeiras horas da madrugada deste sábado (28/09) no Oriente Médio – início da noite de sexta-feira (27/09) no Brasil -, Beirute, a capital do Líbano, ficou sob forte bombardeio de Israel
Várias zonas civis em bairros dos subúrbios ao sul da cidade foram alvos de agressões israelenses por meio de ataques aéreos e navais, conforme relatos da mídia local.
Os bombardeios intensivos se concentraram nas áreas de Hadath, Al-Laylaki, Burj Al-Barajneh, Tahouitet Al-Ghadir e Al-Mireije, além de Jamous. Outros ataques atingiram as regiões de Chouf e a área do deserto de Choueifat, ao sul de Beirute.
Os ataques massivos causaram o deslocamento de milhares de pessoas. Sem apresentar quaisquer provas, os terroristas israelenses alegaram que os prédios residenciais atacados escondiam armas, alegação vista como um pretexto para justificar as agressões contra civis.
Por meio de seu departamento de comunicação, o Hezbollah classificou como “falsas” as alegações israelenses e negou que o grupo tenha depósitos de armas nos edifícios civis que foram alvo dos bombardeios na madrugada de sábado, no subúrbio ao sul de Beirute.
Luta armada deve continuar, avalia jornalista
Conhecedor dos conflitos do Oriente Médio, o jornalista brasileiro de origem libanesa, Anwar Assi, do portal Panorama Real, afirma que o assassinato do Sayed Hassan Nasrallah é um duro golpe para o Hezbollah e para os apoiadores da Resistência, mas que, porém, não é o suficiente para destruir o grupo conhecido por ter feito a luta armada que encerrou a ocupação israelenses no Líbano, em 2000.
“Não é a primeira vez que Israel assassina um líder do Hezbollah. Em 1992, os israelenses mataram o então secretário-geral do grupo, o Sayed Abbas Al-Moussawi, e, na época, eles chegaram a dizer que o Hezbollah havia acabado. Com o tempo, vimos que o Hezbollah não só não acabou, como todos viram o grupo crescer, ficar mais forte e impor várias derrotas militares a Israel e ao próprio Estados Unidos, como foi na Síria, onde fracassaram os planos dos norte-americanos e seus aliados para dominar o país árabe vizinho do Líbano”, avalia Assi.
O jornalismo destaca ainda que a luta armada do Hezbollah contra Israel deverá continuar, apesar dos golpes que o grupo libanês tem recebido com a morte de vários comandantes e combatentes.
“A luta da Resistência não está atrelada a uma pessoa. O Hezbollah é um grupo bem organizado e treinado. Quando um tomba na guerra, outro vem e ocupa o espaço. Quem estuda a crença que move o Hezbollah sabe que seus membros não lutam em busca de fama, riquezas ou poder, mas sim porque são movidos pelo desejo do martírio na causa de Deus. Quem entra nessa luta, está mais do que preparado para morrer”, analisa.
Segundo Assi, a morte do Sayed Hassan Nasrallah vai causar comoção entre os povos árabes, particularmente entre os libaneses, uma vez que o líder do Hezbollah era visto como uma pessoa carismática pela população. “O Sayed Hassan Nasrallah cumpriu a missão dele de forma majestosa. Ele entrou para a história. Foi ele quem comandou a primeira derrota militar de Israel. O Sayed Hassan Nasrallah é um vitorioso em todos os sentidos”, conclui.
Repercussão
O martírio do Sayed Hassan Nasrallah teve grande repercussão em todo o mundo.
O líder da Revolução e da República Islâmica do Irã, Grão-Ayatollah, Sayed Ali Khamenei, afirmou que “a entidade israelense é demasiada pequena para desferir um golpe significativo na sólida estrutura do Hezbollah no Líbano”. “Que os criminosos sionistas saibam que são demasiado desprezíveis para causar danos significativos à sólida estrutura do Hezbollah no Líbano”, disse Khamenei.
O líder muçulmano destacou ainda que os massacres cometidos por Israel contra civis revela “a natureza brutal do cão raivoso sionista, e demonstrou, por outro lado, a miopia dos líderes da entidade usurpadora sionista e da sua política tola”.
Por sua vez, o governo do Iraque lamentou a morte de Sayed Hassan Nasrallah e decretou três dias de luto pelo “martírio” do líder libanês.
O chefe do exército de Israel, Herzi Halevi, revelou que o ataque foi realizado “após um longo período de preparação” e “no momento certo, de forma muito contundente”. Halevi também alertou que este não era o fim da “caixa de ferramentas” de Israel e que há “mais ferramentas no futuro”.
Massacres
Em apenas quatro dias – de segunda-feira (23/09) até a quinta-feira (26/09) -, Israel assassinou 1.540 pessoas e deixou outras 5.410 feridas em suas agressões contra o Líbano, segundo dados atualizados da Unidade de Operações de Emergência de Saúde Pública do país. Com este novo balanço, já são mais de 12 mil o número de pessoas que os terroristas israelenses tentaram assassinar e ferir em todo o território libanês desde o último dia 17 de setembro, quando ocorreram as explosões com pagers.
A maioria dos mortos e feridos no Líbano é de civis, entre eles, centenas de crianças, mulheres e pessoas idosas que foram atacadas de forma direta e intencional dentro de suas casas, carros e até em enterros. Famílias inteiras foram dizimadas pelos terroristas israelenses.
Leia a declaração emitida à imprensa pelo Hezbollah na íntegra:
Em nome de Deus, o Clemente, o Misericordioso
“Portanto, aqueles que trocam a vida deste mundo pela outra vida, que lutem pela causa de Deus. E quem luta pela causa de Deus e é morto ou vence, nós lhe daremos uma grande recompensa. Deus Todo-Poderoso fala a verdade”
Sua Eminência, o mestre da resistência, o servo justo, passou para o lado de seu Senhor e Seu prazer como um grande mártir, um líder corajoso e heroico, um crente sábio, perspicaz e fiel, juntando-se à caravana imortal de mártires de a luminosa Karbala no caminho divino da fé seguindo os passos dos profetas e dos imãs martirizados.
Sua Eminência Sayed Hassan Nasrallah, Secretário-Geral do Hezbollah, juntou-se aos seus grandes e imortais mártires, cuja jornada liderou durante quase 30 anos, durante os quais os conduziu de vitória em vitória, sucedendo ao mestre dos mártires da Resistência Islâmica em 1992 até a libertação do Líbano em 2000 e até à vitória divina e sustentadora em 2006 e todas as outras batalhas de honra e redenção, até à batalha de apoio e heroísmo em apoio à Palestina, a Gaza e ao povo palestino oprimido.
Oferecemos nossas condolências ao dono da época e do tempo (que Deus o abençoe e lhe conceda a paz), o Guardião dos Muçulmanos, Imam Sayed Ali Khamenei, que sua sombra seja longa, as grandes autoridades, os Mujahideen, os crentes, a nação da resistência, o nosso paciente povo libanês Mujahid, toda a nação islâmica, todos os livres e oprimidos do mundo, e a sua honrada e paciente família, e felicitamos Sua Eminência o Secretário-Geral do Hezbollah, Sayed Hassan Nasrallah. Deus conceda-lhe as mais altas honras divinas, a Ordem do Imam Hussein, que a paz esteja com ele, cumprindo seus desejos mais preciosos e os mais altos níveis de fé e crença pura, como um mártir no caminho para Jerusalém e Palestina. companheiros mártires que se juntaram à sua procissão pura e sagrada após o traiçoeiro ataque sionista ao subúrbio ao sul.
A liderança do Hezbollah compromete-se com o mais elevado, mais santo e mais precioso mártir da nossa jornada, cheio de sacrifícios e mártires, a continuar a sua jihad no confronto com o inimigo, em apoio a Gaza e à Palestina, e em defesa do Líbano e da sua firme e honrada pessoas.
E aos honrados Mujahideen e aos heróis vitoriosos e vitoriosos da Resistência Islâmica, e vocês são a confiança do amado mártir, e vocês são seus irmãos que foram seu escudo inexpugnável e a joia da coroa do heroísmo e da redenção Nosso líder, Sua Eminência. o Mestre, ainda está entre nós com seu pensamento, espírito, linha e abordagem sagrada, e você está em um pacto de lealdade e compromisso com a resistência e o sacrifício até a vitória.