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A Polícia Federal (PF) já tem em mãos um vídeo que flagra secretários do governo Wilson Lima e policiais militares do Amazonas articulando uma série de ações para supostamente interferir nas eleições em Parintins (a 372 quilômetros de Manaus) com o intuito de beneficiar a candidata Brena Dianná (União Brasil), apoiada pelo atual governador do Estado. O suposto esquema pretendia usar a máquina pública do Estado – principalmente as forças policiais -, e até bandidos que praticaram assaltos no Pará, para coagir eleitores da ilha Tupinambarana.
A conversa entre membros da alta cúpula da administração estadual e os PMs foi gravada no dia 3 de agosto deste ano, porém, o conteúdo dela só foi divulgado à imprensa durante uma coletiva realizada, neste final de semana, pela coligação do candidato a prefeito de Parintins, Mateus Assayag (PSD). Segundo a denúncia, as articulações teriam ocorrido, supostamente, na casa do candidato a prefeito de Manaus, Roberto Cidade (União Brasil), que também é apoiado pelo governador Wilson Lima.
Nas gravações é possível identificar o presidente da Cosama, Armando do Vale; o secretário de Cultura, Marcos Apolo Muniz; o secretário da Casa Civil, Flávio Anthony; o secretário de Administração, Fabrício Barbosa; o comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar em Parintins, tenente coronel Francisco Magno Judss, e um oficial da tropa de choque. Nos trechos do vídeo liberado à imprensa, o grupo articula ações como o deslocamento de policiais civis e militares para Parintins.
De acordo com Mateus Assayag, o envio desses agentes para o município seria para intimidar eleitores no dia da votação no próximo domingo (06/09). Na conversa, eles citam, também, o uso de servidores da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz-AM) para interferir nas eleições em Parintins.
“Sem dúvida nenhuma, isso é um golpe gigantesco em todo o povo de Parintins. Uma estruturação de uma verdadeira organização criminosa dentro do Governo do Estado, que arquiteta tudo isso que está acontecendo aqui, dia após dias. Tudo montado, planejado e arquitetado”, disse Assayag, que pediu a prisão de todos os envolvidos no suposto esquema.
Assayag solicitou ainda a retirada das forças policiais do Estado do pleito de Parintins. “Peço o envio das forças nacionais para que a gente tenha a segurança do pleito e a garantia da democracia dentro do nosso município”, finalizou.
Uso de policiais e bandidos
Conforme a conversa das gravações que o portal Panorama Real teve acesso, é possível ouvir os participantes da reunião articular o envio de um contingente de 28 policiais da Tropa de Choque para Parintins sob o pretexto de que a presença deste grande número de policiais seria para combater a presença no município de criminosos que atuaram no Pará. Segundo a denúncia, esses policiais atuariam para fazer abordagens seletivas de eleitores contrários a candidatura apoiada pelo governador.
Num determinado momento, o presidente da Cosama, Armando do Vale, dispara para os demais presentes: “Numa campanha só não vale é perder”.
Cestas básicas
Os advogados da coligação de Mateus Assayag denunciam, ainda, o desvio pela Cosama das cestas básicas destinadas às famílias atingidas pela estiagem para a compra de voto. Eles já encaminharam as provas para a Polícia Federal, solicitando a prisão imediata de todos os envolvidos.
A coligação pediu ainda o envio de tropas federais para atuarem nas eleições em Parintins.
Posicionamento
Até a publicação desta matéria nem o Governo do Estado e nem os demais citados na denúncia haviam se pronunciado sobre o assunto.
Assista ao vídeo abaixo: