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O Amazonas é o Estado da Amazônia Legal com o maior número de terras indígenas (TIs) em situação de seca, totalizando 146. As comunidades têm enfrentado a necessidade de buscar água e alimentos, cruzando rios secos e percorrendo longos trajetos a pé.
Esse cenário foi constatado pela InfoAmazonia por meio de uma análise de dados exclusivos obtidos junto ao Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Os pesquisadores realizaram entrevistas com indígenas de comunidades afetadas.
Na Amazônia Legal, nove a cada dez territórios indígenas enfrentam a seca. Dos 388 territórios na região, 358 (92%) enfrentam o problema, que já impacta diretamente a rotina das populações indígenas. O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) expediu na última sexta-feira (23/08) o Alerta de Vazante do Amazonas de 2024. Segundo o órgão, aumentou a probabilidade de novas marcas históricas na estiagem deste ano.
O risco da seca ser maior do que o ano passado preocupa os indígenas. Isso porquê o peixe, um dos principais alimentos para quem vive na Amazônia, fica mais raro. Os indígenas são obrigados a sair do território a pé e comprar comida no município mais próximo. Além disso, a produção do roçado também é severamente impactada, prejudicando o crescimento de culturas como a mandioca e a banana. Os indígenas que conseguem andar quilômetros até o mercado mais próximo entram em contato com produtos industrializados e fora do cardápio tradicional.
Em julho do ano passado, 260 TIs foram atingidas, um número 37% menor do que o registrado no mesmo mês de 2024.