Amazonas registra 33 internações por tentativa de suicídio e autolesões

Amazonas registrou quase três casos por mês no ano passado (Foto: Divulgação)

A cada dez dias, uma pessoa é internada por tentar tirar a própria vida no Amazonas. Segundo dados do Sistema Único de Saúde (SUS), o número de internações por tentativa de suicídio e autolesões no Brasil cresceu significativamente nos últimos anos. Em 2023, o Estado registrou 33 casos.

São quase três casos registrados por mês no Amazonas. Os dados alertam para a conscientização sobre a prevenção ao suicídio. Nos últimos nove anos, o Estado teve um aumento de 40% no número de internações desse tipo. Em 2014, foram 23. Em 2022, o número de casos foi maior: um total de 43.

Perfil dos pacientes no país

O perfil dos pacientes internados por lesões autoprovocadas revela uma diferença significativa entre os sexos. Entre 2014 e 2023, observa-se um aumento tanto no número de internações de homens quanto de mulheres, com um crescimento mais acentuado no público feminino.

Em 2014, foram registradas 3.390 internações de mulheres, número que subiu para 5.854 em 2023. Já entre os homens, o total de internações passou de 5.783 em 2014 para 5.648 em 2023.

Idade

Em termos de faixa etária, o grupo de 20 a 29 anos foi o mais afetado em 2023, com 2.954 internações, seguido pelo grupo de 15 a 19 anos, que registrou 1.310 casos. Os números ressaltam a vulnerabilidade dos jovens adultos e adolescentes, que juntos representam uma parcela significativa das tentativas de suicídio.

Já as internações de pessoas com 60 anos ou mais somaram 963 casos em 2023. Outro dado relevante é o aumento das internações entre crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, com 601 registros em 2023, quase o dobro do observado em 2011 (315 internações).

Análise estadual

O SUS registrou, ao longo de 2023, 11.502 internações relacionadas a lesões em que houve intenção deliberada de infligir dano a si mesmo, o que dá uma média diária de 31 casos. 

A análise regional das internações por lesões autoprovocadas revela variações entre os Estados brasileiros, com a identificação de um crescimento alarmante no número de casos em alguns deles. Alagoas se destaca com o maior aumento percentual de 2022 para 2023, registrando um salto de 89% nas internações, embora o número absoluto ainda seja baixo, passando de 18 para 34 casos.

A Paraíba e o Rio de Janeiro também chamam a atenção, com aumentos de 71% e 43%, respectivamente. Por outro lado, estados como São Paulo e Minas Gerais, apesar de registrarem números absolutos elevados — 3.872 e 1.702 internações, respectivamente, em 2023 —, tiveram aumentos percentuais menores, de 5% e 2%.

Em contraste, alguns estados apresentaram reduções expressivas no número de internações no último ano. O Amapá lidera com uma queda de -48%, seguido por Tocantins (-27%) e Acre (-26%).

 A Região Sul, por sua vez, enfrenta uma tendência preocupante de aumento nas internações. Santa Catarina apresentou um crescimento de 22% nas internações entre 2022 e 2023, enquanto o Paraná teve um aumento de 16%. O Rio Grande do Sul também viu um aumento de 33%.