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Após ser indiciado pela polícia civil por suspeita de ter se apropriado de forma indevida de imóveis e da fortuna da própria mãe – Waldelina Tavares Anunciação, de 71 anos -, o empresário Cyro Batará Anunciação, dono do grupo Diário de Comunicação, saiu do silêncio e decidiu se pronunciar sobre as denúncias que são feitas contra ele.
Por meio de um documento publicado, na manhã desta quarta-feira (14/08), no portal do Holanda, de Manaus, Cyro Batará afirma que está sendo vítima de uma “campanha caluniosa promovida por um familiar” para transformá-lo em uma “pessoa inidônea”.
Segundo o empresário, o irmão dele, o também empresário Francisco Cirilo Anunciação, quer “se apossar dos bens da mãe, sem o consentimento dela”, se utilizando de “mecanismos criminosos para tratar questões que envolvem inventário e outras ações cíveis”.
“Minha mãe tem saúde estável, está lúcida e é dona da sua vontade”, disse Cyro Batará no documento, ressaltando que o processo está sob segredo de Justiça. “Acredito que a Justiça seja feita e suplico um pouco de respeito com uma pessoa idosa que está sofrendo em função de tantas mentiras. Peço, por favor, que não façam julgamentos antecipados e muito menos precipitados”, pediu o empresário.
Entendo o caso
No início desta semana, a polícia civil pediu o indiciamento do empresário Cyro Batará Anunciação, dono do grupo Diário de Comunicação, por suposto abuso financeiro contra a própria mãe, Waldelina Tavares Anunciação, após ter se apropriado, conforme a acusação, de forma indevida de imóveis e da fortuna dela, em valores que chegam a quase R$ 10 milhões.
O pedido foi feito pela titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Idoso (DECCI), Andrea Nascimento. Segundo ela, o inquérito policial apurou as denúncias feitas pelo próprio irmão de Cyro, o empresário Francisco Cirilo Anunciação, que acusa o dono do Diário do Amazonas de ter desviado dinheiro da conta da mãe idosa, que sofre com Alzheimer, para sua conta pessoal e para uma outra conta que pertence à Editora Ana Cássia – que ele administra.
Por conta das investigações, funcionários do jornal Diário do Amazonas, entre eles, o colunista social Alexandre Prata, foram intimados a prestar esclarecimentos na DECCI.
Herança e inventário
Waldelina herdou toda fortuna do marido, o empresário Cassiano Batará, fundador do Grupo Diário de Comunicação, que faleceu no ano passado. Por sua vez, ela indicou Cyro como inventariante, que passou a ser investigado desde fevereiro deste ano.
A investigação apontou o desvio de uma quantia significativa de dinheiro e venda de imóveis em Manaus, além da tentativa frustrada de comercialização de um apartamento em Miami (EUA), avaliado em quase US$ 10 milhões.
Ainda segundo a investigação, Cyro Batará teria tentado colocado o apartamento de Miami á venda, em um site de imóveis, uma semana após a morte do pai. No entanto, o imóvel deveria entrar no espólio familiar para ser dividido entre todos os herdeiros.
Médico
Um dos pontos-chaves para a definição do inquérito foi o médico neurologista Rogério Tuma, de São Paulo, que faz o acompanhamento de Waldelina Batará, que sofre. Conforme a polícia, Rogério Tuma teria declarado em depoimento que a idosa “pode ser enganada mais facilmente que uma pessoa que tem todas as cognições preservadas”.
“Não era razoável com o grau de comprometimento da enfermidade que subsistia na idosa que a mesma continuasse há algum tempo praticando atos de vida civil como se estivesse em sua capacidade plena, sem que houvesse um cuidado devido de seus parentes. (…) Qual o porquê da demora em se reconhecer a vulnerabilidade da idosa? (…) tal conduta foi prejudicial a ela, principalmente, no âmbito financeiro”, diz o inquérito.
*Colaboração Bruna Souza