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O número de queimadas na Amazônia em 2024 – entre o dia 1º de janeiro e o último dia 5 de agosto -, já é maior do que o registrado no mesmo período nos últimos 20 anos. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e foram compilados por meio do sistema BDQueimadas.
Segundo o Inpe, até agora, já foram identificados por satélite 28.396 focos de calor no bioma. A prática das queimadas afeta diretamente o aquecimento global e, em paralelo, a saúde dos amazonenses.
Os dados do monitoramento apontam que os focos de calor (14.116) registrado na Amazônia nos sete primeiros meses do ano também teve um aumento de 43,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Fotos aéreas feitas no fim de julho pela organização internacional Greenpeace mostram largas extensões de floresta sendo consumidas pelo fogo e cobertas de fumaça.
A organização sobrevoou o sul do Amazonas e o norte de Rondônia para monitorar o desmatamento e as queimadas no bioma, que bateram em julho o recorde em mais de 20 anos. Um aumento de 98% em relação ao mesmo período do ano passado.
Registros mensais
Conforme o sistema, o mês de julho de 2024 foi o que mais apresentou focos de calor com um total de 11.434 casos, quase 300% a mais do que o registrado no mês anterior (junho), que teve apenas 2.842 registros. Maio ficou com 1.640 focos e abril com 1.117 casos. Os dados merecem atenção, uma vez que, nos próximos meses, também, é esperado que uma estiagem severa atinja o Amazonas.
Segundo o Greenpeace Brasil, o Amazonas foi o Estado com maior número de focos de calor, com 4.241 registros, recorde histórico para o mês de julho, sendo que o uso do fogo no sul do Estado está proibido desde 5 de julho. Os municípios brasileiros campeões em focos de calor no mês foram Apuí e Lábrea, no Amazonas, e Porto Velho, em Rondônia
Nas últimas semanas, alguns pontos de Manaus acordaram com resquícios de fumaça. Mesmo com todos os esforços para reduzir os focos de incêndios, eles continuam altos e estão diretamente relacionados à atividade humana.
Segundo especialistas, estamos iniciando o período de estiagem do verão amazônico e, em geral, os números tendem a crescer até outubro. Pelos dados do Inpe, os meses de agosto e setembro têm as maiores incidências de queimadas no Amazonas. Historicamente, são sempre nesses meses que são registrados os recordes de queimadas de cada ano.
As queimadas não ocorrem de forma natural na floresta amazônica. São provocadas após a derrubada de árvores, geralmente de forma ilegal, a fim de preparar o terreno para agricultura, pastagem ou especulação de terras.
A fumaça é rica em material particulado fino, um poluente ligado a doenças respiratórias e cardiovasculares, bem como morte prematura. Crianças, pessoas idosas, gestantes e pessoas com doenças pulmonares ou cardíacas preexistentes são especialmente vulneráveis.