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Na primeira sessão após o retorno do recesso parlamentar, os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) protagonizaram, nesta segunda-feira (05/08), um ato bizarro quando aprovaram uma moção de repúdio ao governo Lula baseados em uma fake news criada pelo pastor Marcel Alexandre (PL) – autor da propositura.
Conforme documento lido pela Mesa Diretora da CMM, a moção apresentada por Marcel Alexandre é em “repúdio ao posicionamento do Governo Federal brasileiro de apoio ao grupo terrorista do Hamas”.
“O governo brasileiro emite uma nota se envolvendo numa questão internacional favorável ao Hamas. Isso jamais pode ser concebido. Esse governo está precisando tomar ‘remedinho’ para tomar juízo e respeitar a população brasileira e a nossa cultura, principalmente, a religiosa judaico-cristã”, disse Marcel Alexandre numa fala que revela preconceito ao ignorar a diversidade religiosa do Brasil.
As declarações de Marcel Alexandre foi apoiada pelo vereador Isaac Tayah (MDB), que é judeu sionista e apoiador de Israel, apesar de sua família ter origem nos países árabes.
O objeto da moção de repúdio apresentada por Marcel Alexandre representa uma gritante fake news, pois em nenhum momento o governo brasileiro emitiu nota ou se posicionou a favor de qualquer tipo de “terrorismo” no mundo. Ao contrário, o Brasil tem se colocado sempre contra o terrorismo, inclusive o praticado pelo regime de Israel, que leva a cabo uma política de genocídio contra a população da Palestina, especialmente, na Faixa de Gaza.
Marcel Alexandre ignora massacres e crimes de Israel
Não é a primeira vez que o pastor Marcel Alexandre, da igreja Ministério Internacional da Restauração (MIR), apresenta proposituras em apoio ao terrorismo de Israel.
Em abril, Marcel Alexandre apresentou uma moção de repúdio a retaliação legítima que o Irã realizou no dia 13 daquele mês em reposta ao ataque terrorista de Israel que destruiu o consulado iraniano em Damasco, na Síria, no dia 1º de abril, agressão que deixou um alto oficial militar iraniano morto.
O parlamentar evangélico, que se diz pró-vida, também, tem ignorado os vários massacres e crimes que os israelenses têm cometido contra os povos árabes e que já ceifaram milhares de vidas, principalmente de mulheres e crianças, em países como Líbano, Palestina, Síria e Iêmen ao longo dos anos, especialmente, nos últimos dez meses. Os últimos massacres cometidos por Israel deixaram ao menos 45 mortos após escolas terem sido bombardeadas pelos terroristas israelenses na Faixa de Gaza.
Por conta de suas posturas fanáticas em favor do terrorismo israelense, Marcel Alexandre já foi chamado por internautas de “representante da bancada do genocídio de Israel” na Câmara Municipal de Manaus.
Luta legítima contra a ocupação israelense
De acordo com declarações anteriores das autoridades brasileiras, o Governo do Brasil, oficialmente, ao longo da história, nunca viu o Hamas – ou qualquer outro partido palestino -, como “terroristas”, mas sim como grupos que lutam de forma legítima para encerrar a ocupação de Israel em terras palestinas, que já dura mais de 76 anos. A posição oficial do Brasil é de reconhecimento do Estado da Palestina.
Sob o comando do presidente Lula, o Brasil tem sido uma das vozes mais ativas contra o genocídio praticado por Israel na Faixa de Gaza, que já exterminou mais de 40 mil pessoas neste território palestino.
Nota do Itamaraty condena ataque contra o Irã
No último dia 31 de julho, o governo brasileiro, por meio do Itamaraty, emitiu uma nota por meio da qual condenou veementemente “a violação e o desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã”, que foi alvo de um ataque com foguetes que resultou no assassinato do chefe do Escritório Político do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã.
Segundo o governo do Brasil, o ataque foi uma “clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas”, reafirmando que “atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio. Tais atos dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza, ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns”, disse a nota.
Ainda no documento, o Brasil “reitera o apelo a todos os atores para que exerçam máxima contenção, de modo a impedir que a região entre em conflito de grandes proporções e consequências imprevisíveis, às custas de vidas civis e inocentes, bem como exorta a comunidade internacional para que envide todos os esforços possíveis com vistas a promover o diálogo e conter o agravamento das hostilidades”.
Na nota, o governo brasileiro afirmou ainda que, “para interromper a grave escalada de tensões no Oriente Médio, é essencial implementar cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, em cumprimento à Resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”.